quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

A Invenção de Hugo Cabret.

A Invenção de Hugo Cabret” é, acima de tudo, uma obra de arte. É um livro mas podia ser um filme, daqueles a preto e branco, como as ilustrações a carvão que embelezam esta obra.
É uma homenagem ao cinema, mais propriamente aos primórdios da 7.ª arte, concretizada através de uma história à volta de George Méliès e da sua “Viagem à Lua”. O livro tem mais de 500 páginas, na sua grande maioria preenchidas por ilustrações e também por algumas fotos da época, entremeadas por pequenos blocos de texto, que servem como uma espécie de guia para a história visual que vamos acompanhando. Atenção: “pequenos blocos de texto” não significa um papel secundário na obra. O livro está bem escrito, simples mas belo, e bem estruturado, apresentando uma história consistente que só não é complexa por ser apresentada de uma forma clara. Não lhe faltam elementos capazes de prender o leitor: suspense, acção, amor, emoção, amizade, mistério… há por ali muitos segredos, nenhuma das personagens é totalmente transparente de início e todas escondem algo nas suas vidas.
Hugo é um rapaz órfão que, em 1931, vive entre as paredes de uma estação de comboios parisiense. Hugo está encarregado de fazer a manutenção dos relógios da gare e entretanto, aqui e ali, vai roubando pequenas coisas de que necessita para ir sobrevivendo no dia a dia.
O pai de Hugo trabalhava num museu onde descobriu um autómato que, sentado a uma mesa, com uma caneta na mão, se mostrava pronto a escrever algo, assim pudesse ganhar vida. No entanto, nem o pai (que entretanto viria a falecer num incêndio no museu) nem Hugo, socorrendo-se de um bloco de notas herdado do pai, conseguiam pôr o autómato a trabalhar, para ver se ele realmente escreveria algo.
Entretanto, Hugo começa a relacionar-se com um velho que tem uma pequena loja na estação de comboios, onde uma vez foi apanhado a roubar pequenas peças. Mas, depois de conquistar a confiança do dono, que não é tão mau como fazia crer, começa a trabalhar para ele. Aos poucos percebe-se que também ele tem algo que ver com o autómato que Hugo, aos poucos, vai reconstruindo. A dada altura, Hugo convenceu-se que o autómato tinha por escrever uma mensagem ditada pelo seu pai.


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